O primeiro transplante de pâncreas foi
realizado em 1966, por Willian Kelly e Richard Lillehei na Universidade de
Minnesota, nos Estados Unidos. Desde então, com a evolução da técnica cirúrgica
e
dos avanços das medicações imunossupressoras,
tornou-se uma modalidade de tratamento para o diabetes mundialmente
reconhecida. O transplante de pâncreas é indicado para os pacientes diabéticos
(tipo 1), que preenchem certos critérios. A modalidade mais comumente realizada
é o transplante duplo de pâncreas-rim, seguido do transplante de pâncreas
isolado.
O
diabetes mellitus do tipo 1 é uma doença que acomete aproximadamente 0,3% da
população mundial. Sua característica é a incapacidade do pâncreas produzir
níveis adequados de insulina para a manutenção dos níveis glicêmicos (de
açúcar) no sangue.
A base do seu tratamento é o controle da
ingesta de carboidratos e da administração de insulina, o que comprovadamente
melhorou o controle da doença. Entretanto, os múltiplos regimes terapêuticos
disponíveis (esquemas de administração de insulina, tipos de insulina) não são
capazes de reverter as complicações secundárias. As complicações secundárias
mais importantes são aquelas que acometem os rins (nefropatia), a visão
(retinopatia) e o sistema nervoso periférico (neuropatia).
- O pâncreas e suas funções.
O pâncreas é um órgão de formato
alongado, que se localiza na parte de trás do abdome (barriga). Ele é
responsável pela produção de sucos digestivos e alguns hormônios, incluindo a
insulina, o principal Visualização da localização do pâncreas (em
amarelo)hormônio responsável pela regulação dos níveis de açúcar de nosso
organismo.
Quando
o pâncreas produz a insulina, mas ela não consegue realizar a sua função no
organismo, o paciente desenvolve o diabetes mellitus do tipo II.
- Porque o transplante é necessário.
Existem algumas situações clínicas do paciente portador do diabetes
mellitus do tipo I que levam à necessidade de um transplante de pâncreas. A
mais comum delas é quando o paciente está em diálise, ou seja, seus rins não
funcionam de maneira adequada em virtude da lesão causada pelo diabetes. Nesses
casos o paciente é candidato ao transplante duplo, ou seja, rim e pâncreas de
maneira simultânea. Alguns pacientes
podem receber o transplante duplo antes de estarem em diálise, isso acontece
quando seus rins já possuem um funcionamento bastante prejudicado pelo
diabetes.
Outros pacientes podem receber o transplante
de pâncreas após o transplante de rim, essa modalidade objetiva controlar de
maneira eficaz o diabetes tipo I do paciente e proteger a função do rim
transplantado.
Outra
modalidade de transplante é o pâncreas isolado, que são para aqueles pacientes
em que o diabetes do tipo I é de muito difícil controle clínico pelos métodos
tradicionais, e que desenvolvem as complicações do diabetes (lesão renal, lesão
ocular, neuropatia) de maneira muito acelerada.
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