Os
desafios da aplicação de insulina
O tratamento do diabetes
inclui a aplicação de insulina para as pessoas na condição tipo 1 e em alguns
pacientes tipo 2. Porém, a utilização do medicamento deve ser feita da forma
correta para o tratamento ter resultado eficaz, incluindo desde o armazenamento
até a aplicação. A seguir, abordamos o passo a passo desse processo e
esclarecemos as dúvidas para contribuir com o melhor controle da glicemia.
Armazenamento
A insulina que está
em uso pode permanecer em temperatura ambiente, desde que esteja protegida da
luz e de variações muito grandes de temperatura. Por esse motivo, podemos
manter as canetas de aplicação fora da geladeira, dentro da bolsa, desde que
não sejam expostas ao sol.
As insulinas que
não estão sendo utilizadas deverão ser refrigeradas a fim de preservar sua
ação.
Para transportar em
viagens longas, devem ser utilizadas embalagens térmicas. Se a opção for
isopor, é recomendável usar gelo reciclável e impedir o contato direto da
insulina com o gelo, fazendo uso de papelão ou placas de isopor.
Uma vez aberto o
frasco de insulina, deve ser utilizado no período de 28 dias.
Preparo
da insulina
As insulinas do
tipo NPH (leitosas) precisam estar homogêneas, ou seja, misturadas de forma
delicada para evitar o acúmulo de bolhas dentro do frasco que podem dificultar
o preparo para aplicação.
Nas insulinas
armazenas em frascos, que necessitam da utilização de seringas para a
aplicação, indica-se introduzir no frasco ar antes da retirada de insulina, com
o intuito de evitar a pressão contrária, principalmente quando realizará a
mistura de dois tipos de insulina na mesma seringa.
Após a introdução
do ar na posição vertical, vira-se o frasco e retira-se a mesma quantidade de insulina,
extraindo as bolhas da seringa com pequenas batidas no corpo da mesma. Ao
retornar o frasco na posição inicial, proteja a agulha para preparar o local a
ser aplicado.
Locais
de aplicação
O tecido escolhido
para fazer a aplicação da insulina é o subcutâneo. Os locais mais fáceis para
atingir esse tecido são: abdômen, coxas, braços e nádegas.
Braço: aplicar na região posterior
externa do braço, no espaço entre três dedos abaixo do ombro e três dedos acima
do cotovelo.
Abdômen: aplicar nas regiões laterais
direita e esquerda distante três dedos do umbigo. Não é recomendado aplicar
acima e nem abaixo do umbigo.
Coxas: aplicar na região frontal e
lateral superior da coxa, no espaço entre três dedos abaixo da virilha e três
dedos acima do joelho.
Nádegas: aplicar na região superior
lateral externa do glúteo.
O rodízio de
aplicação é de extrema importância para evitar a lipodistrofia, a alteração no
tecido gorduroso que pode deformar a pele e dificultar a ação da insulina
naquela região. Para evitar que o tecido muscular seja atingido, fazemos a
prega cutânea, aquele beliscão, que concentra uma maior quantidade de tecido
subcutâneo e garante uma aplicação correta.
Hoje em dia, temos
diversos tipos de tamanhos de agulhas
Temos as
apresentações de 12,7 mm, 8mm ou 5mm.
Converse com seu
médico ou profissional da saúde sobre qual é a mais indicada no seu caso. A
aplicação deve ser feita sempre no ângulo de 90 graus quando usamos o tamanho
de agulha adequado.
Muitas pessoas têm
dúvidas sobre a aplicação de insulina realizada com Sistema de Infusão Contínua
(SIC) de insulina, principalmente quanto aos locais de aplicação. O cateter
pode ser instalado no tecido subcutâneo do abdômen, da coxa, do glúteo ou do
braço, assim como a aplicação com seringa ou caneta. A maioria das pessoas
prefere a região do abdômen, por ser maior, de melhor visualização e ter uma
maior área para fazer rodízio.
O local da
aplicação deve ser imperceptível. Se sentir algum incômodo, verifique se o
local está irritado, vermelho e se a aplicação está correta, pois a cânula é
fina e flexível, introduzida com a ajuda de uma agulha, que, após a instalação
da cânula no tecido subcutâneo, é retirada. Por esse motivo, o paciente não
deve sentir desconforto, mesmo ao realizar exercícios físicos.
A aplicação de
insulina não deve ser encarada como algo sofrido, dolorido. Ao contrário disso,
é graças a essas "picadinhas" que a pessoa com diabetes pode e deve
ter uma vida normal, graças à insulina, descoberta há menos de 100 anos. Por
meio desse medicamento, a pessoa com diabetes pode escolher o que comer, que
exercícios realizar, que horários seguir. Enfim, devido a ela temos a liberdade
de viver a vida como desejarmos!
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